
As invasões a condomínios são um dos principais desafios de segurança para quem cuida, vive ou frequenta esses empreendimentos.
Criminosos perdem cada vez mais o pudor e aproveitam falhas no controle de acesso para passar pela portaria sem qualquer tipo de problema.
E o que mais preocupa é que a forma de atuar desses criminosos atualmente é menos chamativa. As quadrilhas armadas continuam, sim, sendo uma grande ameaça, porém grande parte das invasões rotineiras preferem abordagens mais discretas.
Para isso, se fingem de prestadores de serviços, entregadores e até mesmo moradores, por meio de roupas, acessórios e postura.
Assim, conhecer os disfarces mais usados em invasões a condomínios é o primeiro passo para se prevenir das intrusões.
Listamos o que você, como síndico, morador ou funcionário de um empreendimento, precisa estar atento para não cair em armadilhas como estas.
Confira a seguir:
Disfarces mais usados para invadir condomínios: quais são e como agir?
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
Pessoas que alegam ter de fazer reparos em alguma unidade ou, no caso do carteiro, precisar entregar em mãos determinado documento.
Lembre-se que esse tipo de serviço precisa sempre de um aviso prévio e oficial da empresa. É importante não autorizar o acesso se esse comunicado não foi dado com antecedência, e sempre pedir identificação na portaria.
EFEITO CARONA
Aproveitam enquanto o portão está aberto para a entrada de um morador e conversam para fingir intimidade e entrar junto.
O porteiro deve abordar o acompanhante, perguntar para qual unidade ele se dirige e solicitar que este apresente documento de identificação. Não permita que dois visitantes entrem juntos.
FAMILIAR OU AMIGO
Interfonam na portaria com o rosto baixo para não serem identificados pelas câmeras ou sensores, alegando que são familiares ou visitantes do proprietário, que autorizou o acesso à unidade.
Muitas vezes quadrilhas utilizam menores de idade para fazer essa invasão, para tentar comover o profissional da portaria que pode não perceber a má intenção do jovem.
É fundamental ter um reconhecimento facial ágil e aplicar protocolo de triagem de acesso para qualquer pessoa que não esteja cadastrada no condomínio.
CORRETOR DE IMÓVEIS
Bem-vestido e em pequenos grupos, apresenta-se como corretor, alegando que visitará a unidade.
Essencial sempre confirmar se o morador requisitou a visita e peça o número do CRECI do profissional para verificar a veracidade da sua atuação.
ENTREGADOR DE ENCOMENDAS
Utilizam dois modos para entrar:
1. Dizer que precisa entrar para fazer a entrega na unidade;
2. Chamar o condômino e render a pessoa que for à portaria.
Não é permitido o acesso de entregadores nas unidades. Antes de abrir o portão, confirme com o morador. O ideal é ter um “passador de volumes” para não ter que abrir o portão.
OFICIAL DE JUSTIÇA OU ADVOGADO
Tentam forçar a entrada no condomínio sem se identificar ou apresentando vestes e documentos falsos.
O funcionário da portaria não deve mudar os procedimentos de segurança, mesmo que a pessoa pareça autoridade. Somente permite a entrada se o morador autorizar, se tiver ordem judicial, a funcional do oficial de justiça e o RG.
DE CARRO
Aproximam o carro da garagem, buzinam para que o portão seja aberto ou aproveitam a entrada do veículo à frente para acessar junto.
É importante ser extremamente rigoroso na identificação do veículo e do motorista, jamais abra o portão para veículos não identificados.
Uma saída é entregar tags de acesso veicular para liberar quem realmente vive ou frequenta o ambiente.
ARRUMADO
Bem-vestidos e educados, tentam entrar junto de algum morador para render o porteiro e possibilitar a entrada de seus comparsas.
Por isso é essencial não mudar os procedimentos de segurança de acordo com traje ou aparência das pessoas, pois pelas vestes não é possível identificar a verdadeira intenção de alguém.
FALSA AUTORIZAÇÃO POR TELEFONE
Alguém, se passando por morador, liga no telefone da portaria e autoriza a entrada.
Nesses casos, é muito importante ter uma lista com todos os telefones dos moradores. A entrada só poderá ser autorizada se o porteiro falar com o morador a partir do número registrado na portaria ou pelo próprio interfone.
FALSO POLICIAL
Homens utilizando roupas parecidas com uniforme policial, ou até em carros adesivados que imitam o da polícia, exigindo acesso ao condomínio. Não permita que ninguém entre no condomínio sem ser autorizado.
Para entrar, policiais devem ter um mandado de busca e apreensão, por exemplo.
CARRO CLONADO
Usam carro com as mesmas características do veículo do morador e embicam na garagem para confundir o porteiro, que acaba abrindo o portão.
Só abra o portão se o morador sair do carro ou mostrar o rosto para se identificar. O ideal é que tenha câmeras ou sistemas que focam no rosto do motorista.
FALSA GRÁVIDA
Se passando por grávida, a mulher finge estar passando mal e seu “companheiro” pede para usar o telefone para ligar para o médico.
O próprio porteiro deve fazer a ligação para uma ambulância, caso perceba que o caso é grave. Mas não saia da portaria e não deixe ninguém entrar no condomínio.
VISITA SURPRESA
Mulher bem arrumada, geralmente vestida de maneira provocante, chega à noite e pede para não ser anunciada, pois fará uma surpresa.
O porteiro deve ser extremamente cauteloso e não deixar ninguém entrar sem autorização.
AGENTE DE SAÚDE
Geralmente chegam em pequenos grupos, utilizando coletes e maletas, dizendo que são funcionários da prefeitura ou terceirizados.
O porteiro deve pedir documentos e crachá com fotos, além disso, deve ligar para a Prefeitura e não para o número que consta no crachá.
FALSO ASSALTO
Alegando ter sido assaltado, uma pessoa pede para usar o telefone para ligar um familiar (pai, mãe, companheiro,). O porteiro pode ligar para o familiar, mas não deve dar o telefone à pessoa, nem deixá-lo entrar no condomínio.
“DONA MARIA”
Na portaria, pedem para ir à residência da Dona Maria.
Como o nome é comum, alguns porteiros caem no golpe, por isso o visitante deve sempre informar o número da unidade e só ser liberado pelo morador
FUNCIONÁRIO DE INSTITUIÇÃO DE CARIDADE
Conseguem informações sobre pessoas que fazem doações para instituições de caridade e a procuram pelo nome.
Confirme se o morador solicitou a visita. O ideal é que o morador converse pela grade e use o “passa volumes” para entregar ou receber objetos.
EM VESTES JUDAICAS
Caracterizados com roupas de acordo com os costumes judaicos, eles aproveitam para acessar o condomínio em dias que judeus não atendem o interfone, no sábado, por exemplo.
Jamais libere o acesso de pessoas sem autorização. O morador deve deixar os dados de seus visitantes na portaria com pelo menos um dia de antecedência.
Esses são os disfarces mais usados para invadir condomínios, mas, infelizmente, não os únicos.
Por isso, o melhor caminho sempre será reforçar a segurança do controle de acesso, contando com tecnologias e profissionais bem preparados para lidar com todos esses tipos de situação.
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